Thursday, January 06, 2005

Um morango ao Sol Tem o melhor sabor do mUndo



Quando as rimas tropeçam umas nas outras,
A saudade espanta o desejo de correr um mundo inteiro.
Abrem-se as portas quase de repente,
Que de tanto procurados, ali estavam
Mesmo à Frente do Nariz

Quem é que desenha o seu nome
No meu espelho
Como se me procurasse
Que não me deixa descansar de nOite
E acordar de dia
Descansado

São as portas do além que me assombram?
São dois olhos que me acordam dos escombros
Mutilados, avançados da vida inteira?
Ou são só sonhos de luto que transportam chamas
Em pé, umas à frentes das outras

Vejo-as agora
Caminham como se numa praia
Procurassem a fogueira
Que nunca deixou de arder
Mesmo quando as pessoas pararam de ver

A cegueira era um semáforo
Que combatia com a lucidez
Única da noite
Que queria ser azul escura
E não negra

Como tudo o que ficou por fazer
Durante quantos minutos?

Tantos, tantos, tantos, que é impossível terem existido
— Boa noite, eu chamo-me o Negro.



A BATALHA DAS CORES

Trovões azul-celeste cruzaram os céus
A barricada amarela da vida tremeu de medo
Oh não, fomos descobertos!
Mas o frio que morava lá em baixo
Impediu que se visse o que os olhos sentiam
Tremer, abrandar, parar sem nunca parar

Era como se uma nova doença
Existisse por debaixo da camuflagem
Única que eram as memórias
Dum sonho dum escuteiro
Virado para o Azul-Poente
Um olho era de vela
O outro era de rima
Rimmel, garganta, pêra e maçã de adão
Compunham tudo o que era desconhecido no mundo

Então um dia, quis sonhar uma paixão
de Nunca existir e só dormir
Mas não sabia também eu
Que nunca há nada sem existir?

O que existe para além dessa normalidade que conhecemos? O que resiste para sempre a todos os medos, todas as procuras?
Os profetas do desconhecido assustaram as cadelas de tranças
Bravias soltadas ao vento
E os javalis revoltaram-se para sempre
Sem saber o que estavam a fazer
O rei veado acordou de novo
De dentro dos escombros dum passado
Malfadado
Tão malfadado
Mas dentro duma floresta
Só as fadas se salvam
E os mochos
os esquilos
e os veados...

O Trópico de Cancêr
E o trópico de Capricórnio

Caetano Veloso canta




Um dia areia branca seus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos a água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir prá ver você chegar
E ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar

| Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
| Uma história prá contar de um mundo tão distante
| Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
| Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

As luzes e o colorido que você vê agora
Nas ruas por onde anda, na casa onde mora
Você olha tudo e nada lhe faz ficar contente
Você só deseja agora, voltar prá sua gente

| Debaixo dos caracóis...

Você anda pela tarde e o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito uma saudade um sonho
Um dia vou ver você chegando num sorriso
Pisando a areia branca que é seu paraíso

Caetano Veloso
também canta





G D/F#
Gosto muito de te ver, leãozinho
Em Bm
Caminhando sob o sol
C F G D7
Gosto muito de você, leãozinho
G D/F#
Para desentristecer, leãozinho
Em Bm
O meu coração tão só
C F G
Basta eu encontrar você no caminho
Em Em7+ Em7 Em6
Um filhote de leão, raio da manhã
C Bm Am D7
Arrastando o meu olhar como um imã
Em Em7+ Em7 Em6
O meu coração é o sol, pai de toda cor
C Bm Am D7
Quando ele lhe doura a pele ao léu
G D/F#
Gosto de te ver ao sol, leãozinho
Em Bm
De te ver entrar no mar
C F G D7
Tua pele, tua luz, tua juba
G D/F#
Gosto de ficar ao sol, leãozinho
Em Bm
De molhar minha juba
C F
De estar perto de você e entrar numa

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