Thursday, January 06, 2005

Rascunhos: Para que serve riscar as páginas? Ou estragar teclados?

Novas Gálias

Enquanto Astérix e Obélix deambulavam nas suas caminhadas mundo afora, novas cidades e lendas iam surgindo à volta destas famigeradas personagens.
O trigo e o centeio cresciam nalgumas regiões. Noutras, abundava a vinha, noutras, as paredes, e, ainda nalgumas, ainda que poucas, a tranquilidade - esse bem imortal a que aspira toda a humanidade, sem sequer o saber, na maior parte das vezes.

Era uma vez um relâmpago. Zeus lançou-o contra o trovão e amaram-se para sempre. O seu amor é escondido mas há dias em que basta olhar para o céu que se os veem desmacarados. Cheios de suplício e a atingir o amâgo um do outro. O ataque - e a resposta.

Era uma vez um cachimbo. De tanto ser fumado, um dia ficou total e eternamente seco. Etéreo. E é daí que vem a palavra — Cáchimbátê!


A vida em dois contos
(ou como jogar matrecos com um parceiro)


Há equipas que duram para sempre. Há equipas que duram um minuto. Há equipas que nunca foram construídas, mas milhares de vezes idealizadas. Há sonhos que nunca se concretizam. Há vidas que nunca se cruzam, e se amam tanto. Há vidas que nunca souberam o que é amar. Há vidas que se roubam umas às outras constantemente. Há amores que duram para sempre. Há amores que sabem mais do que o olho não vê.
Há amores que sonham sempre. Há amores que se amam para sempre.


Um jogo de futebol

Abram-se as portas do destino
Chegaram os jogadores da bola
Na mente uma só intenção
Passar a pente fino todos os golos

Rematar, chutar, correr, agarrar,
Largar, Saltar, voar e ganhar...
cheirar as jogadas todas
Amar a vit&oaccuteria

E no meio de tudo isto,
Um só jogador
em cada um deles
Uma só seta apontada para as balizas

E as setas cruzam-se umas com as outras
Como olhares despedidos do seu corpo
Até que chega a altura em que se demitem eles próprios
E choram, choram, choram, eternamente, para sempre (ayeahhh!!!)

É aí que se atinge a plenitude do pensamento
Largado à deriva num oceano cheio de bolas
De Mar de Mar de Mar e aAmaAr
E a bola é redonda, e chupa levitações de todos os lados...

— O que é isto meu irmão? O que estás para aí a relatar?
— Mas então, nunca jogaste futebol? Nunca jogaste um jogo a sério?
Com amigos, relativos, amigas ou inimigos?
Nunca soubeste o que é querer ganhar?

— Eu soube, eu sei tudo, eu tudo sou.
Perdoa-me a indiscrição. Mas se jogar xadrez não é melhor,
Então descasco-me todo já agora, despenteio-me
E vemo-nos no relvado de futebol. Em cinco minutos.

*

E assim começa um jogo renhido
Ninguém quer ganhar, sem ganhar
Sem encantar, sem dominar
Sem ser, sem cantar
No fim, Uma canção de amor
Voltada para o Mar, dos olhos da namorada...

Não vivas mais calado, ó choro dentro do meu coração,
nunca mais existir outra tempestade
Se as pazes não fizermos
mas sabes que temos de antes de escalar
Toda, toda a sobriedade
E no final do monte gritar um grito de louvor
À claridade, à transparência

Os peixes no aquário

Ou

como submergir um sonho em águas limpas


Era uma vez uma tourada
Disputada entre âncora, touro, cevada e mel
Ah? Ah pois é...
As histórias sem explicação nunca chegam ao fim...

Era uma vez um toureiro
De seu nome Zé Obreiro
mexia o ombro quando podia
E depois tremia de frio
Sempre que podia

Porque de repente olhava o mundo à volta
E queria
Ir jogar futebol
Comer Fora
Dormir

Zé pensou

Tinha-se enganado na profissão
Só mais uma vez na vida...

A prisão era a segurança dele...
(Hmmm??!?!? What does this all mean???)

1 comment:

Frances said...

o "teu mundo" é tão bonito!